Gestão profissional possibilita crescimento de 4.560% em 12 anos e coloca Fundação Tênis em destaque no Terceiro Setor.
A Fundação Tênis é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que há 12 anos assiste a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, desde que matriculados e frequentando a rede pública de Ensino. Sua missão é promover o desenvolvimento desses jovens e criar possibilidades para que, por meio da prática sistemática e disciplinada do tênis, possam reescrever seus projetos de vida. Conta, atualmente, com 10 núcleos no Rio Grande do Sul e em São Paulo e assiste ao total de 932 jovens.
Como uma entidade que precisa de doações para existir, a Fundação precisava mostrar que seu trabalho é sério e que os empresários poderiam depositar ali expectativas e investimentos. A maneira de demonstrar isso para os possíveis patrocinadores, mantenedores e para a sociedade era mostrando uma gestão forte, capaz de vencer desafios que iriam além das quadras de tênis.
E foi assim, com o objetivo de criar essa gestão forte e estratégica, que se iniciou o trabalho da Qualitin na Fundação Tênis, que segue até hoje, de maneira voluntária, e com muitos resultados obtidos ao longo de dez anos de parceria.
Com pouco mais de um ano e meio de existência, a Fundação Tênis vinha desempenhando seu papel junto à comunidade, no trabalho direto com jovens de baixa renda. A demanda aumentava dia após dia, forçando a Fundação a crescer também. Com a necessidade de expandir, veio também a necessidade de melhorar a estrutura da gestão para que pudessem crescer com solidez, dentro de um conceito sistematizado de gestão.
Foi neste cenário que o trabalho da Qualitin teve início na Fundação. Ao chegar à entidade, os consultores depararam-se com um magnífico trabalho social em andamento, mas que carecia de processos organizados e rotinas estabelecidas. Começou-se, então, um esforço de reconhecimento e mapeamento de processos e de pontos que seriam essenciais para o crescimento da entidade. Pouco a pouco, foram modelando esses processos e criando padrões e rotinas de trabalho. A Equipe foi fortemente treinada através de seminários, onde esses conceitos foram transmitidos a todas as esferas da organização: à área administrativa, aos professores e aos monitores.
DA TELA DO COMPUTADOR AO CENTRO DA QUADRA
Entender que uma ferramenta de gestão seja aplicada num setor administrativo, como a área financeira de uma empresa, é simples. Mas ver como ela pôde ser implantada numa quadra de tênis é algo realmente surpreendente. E esse é justamente um dos pontos mais interessantes deste case: como levar conceitos de qualidade a uma aula de tênis para crianças e adolescentes. E isso realmente aconteceu.
Após os seminários e treinamentos, os professores e monitores começaram a pensar suas aulas de maneira diferente, desdobrando-as em números e indicadores que fossem relevantes e que pudessem ser medidos e monitorados. Ao longo do tempo, desenvolveram um número consistente de Índices de Controle para garantir seus resultados nas aulas. Itens como frequência dos alunos e número de crianças sem uniforme, foram, aos poucos, desenhando os problemas e os acertos em cada núcleo. A partir desta visão, professores e administradores puderam buscar soluções para os problemas que impactavam diretamente os jovens assistidos.
Um exemplo bem prático desta situação foi uma passagem na qual professores utilizaram conceitos de tênis para auxiliar alunos com dificuldades em outras disciplinas. “No início do trabalho, muitas daquelas crianças não sabiam ler ou contar, o que fazia com que se sentissem excluídas do processo de aprendizagem na escola. Ao longo das aulas, fomos inserindo atividades simples como o jogo “amarelinha” para explicar os números. As crianças, aos poucos, foram entendendo e se sentindo capazes de fazer parte daquilo tudo. Logo, foram se integrando ao projeto e mostrando os primeiros avanços”, exemplifica Elizabeth D´Andrea, professora que participou do projeto.
ENVOLVIMENTO DAS ESCOLAS
Há quem duvide que seja possível fazer crianças e adolescentes em situação tão precária envolverem-se num projeto como este e entenderem noções de qualidade e produtividade, mas o trabalho realizado pelos professores e monitores dentro e fora de quadra mostrou possível atingir esse objetivo.
As crianças sabem que o projeto é constantemente avaliado e envolvem-se nos processos de melhoria. A cada mês, quando vão fazer suas análises, os professores e os monitores envolvem as crianças nas reflexões acerca dos resultados. E, ainda mais, estimulam que elas busquem, juntamente com eles, as soluções para aqueles pontos que apareceram fora do índice esperado. Assim, ensinam os jovens a pensarem em melhoria contínua e estimulam o comprometimento com o projeto.
As Diretorias das escolas recebem, periodicamente, as avaliações do projeto, através da apresentação dos resultados do ICG. Com isso, conseguem acompanhar não apenas o andamento do trabalho da Fundação, mas, principalmente, o desempenho de cada turma, pois os índices demonstram o envolvimento dos alunos. Quando é percebido algum problema, rapidamente a equipe das escolas e os professores da Fundação conseguem analisar a situação e buscar alternativas para contorna-lo.
RECONHECIMENTO DA SOCIEDADE E CONFIANÇA DOS MANTENEDORES
Por ser uma entidade que necessita de mantenedores, fazer um trabalho eficiente e transparente sempre foi uma das principais metas da organização. Dentro deste conceito, saber prestar contas de forma clara e precisa sempre foi uma ferramenta imprescindível para a Fundação, pois garantia a manutenção dos seus mantenedores.
Através do ICG, que reproduz fielmente o retrato da organização, os mantenedores são mantidos atualizados sobre os resultados atingidos. Da mesma maneira, podem verificar a existência de melhoria constante, uma vez que desenha, também, os planos de ação referentes a cada índice, representando os estágios de implantação em que estão.
Ao longo dos anos, a Fundação foi obtendo o apoio de importantes e representativas empresas do Rio Grande do Sul, entre elas Gerdau, o Banrisul, Grupo RBS e muitas outras, o que demonstra a boa imagem que têm perante a sociedade gaúcha e brasileira.
“Eu venho de uma família muito humilde, da Vila Cruzeiro. Antes de entrar na Fundação e me envolver com o projeto, eu acreditada que o mundo se resumia à vila e que meu futuro seria sempre aquilo ali, um mundo rodeado por drogas e violência. A Fundação Tênis me fez abrir os horizontes e entender que eu poderia mudar a minha vida, que bastava eu acreditar que poderia conseguir aquilo que eu quero, com foco e persistência. E hoje estou aqui: tenho um trabalho e sei que posso muito mais! Se não fosse a Fundação Tênis, não sei onde estaria. Alvonir Florêncio da Silva, Bombeiro Civil, 23 anos, participou do projeto por 11 anos.
fessora
]]>